quarta-feira, 28 de agosto de 2013

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Lendas: Pequeno resumo sobre a religião egípcia

Eu meio que fiquei (pedi) encarregado de fazer um resumo sobre a mitologia egípcia, e cá entre nós: não sei o tamanho que isso vai ficar, mas espero que vocês curtam. Pra começar, minha opinião sincera e real sobre a mitologia egípcia, creio ser também este o caso de todos meus companheiros:

Em suma, como vocês devem ter percebido, quem acompanhou a série sobre mitologia egípcia, a parada é confusa demais. Até mesmo a notabilíssima Marsh teve dificuldades e, segundo ela mesma, dores de cabeça ao escrever sobre os deuses egípcios. Eu não cheguei a ter dor de cabeça, mas fiquei confuso pra caramba. Isso tudo se deve ao fato da mitologia egípcia ter se desenvolvido em vários locais de vários modos diferentes, e após décadas com um culto dominante vinha um faraó e modificava tudo e criava outra confusão que para ser sanada e gerar outras infindáveis confusões.

Mas claro que não é só por isto, a mitologia egípcia, pelo que eu pude conhecer no blog juntamente com vocês, não teve um “ponto chave” para moldá-la e dizer aos egípcios “é assim!”. Por exemplo, na Grécia (me refiro à mitologia grega), existi a mitologia grega antes e depois de Homero. Com os seus livros que até hoje são muito famosos (e que eu tive o prazer de ler e adquirir exemplares). A Ilíada e A Odisseia, Homero expressou provavelmente a sua própria opinião sobre os deuses gregos. dando a eles um ar de onipotência. 

Antes de Homero (aprox. 800 A.C. à ~750 A.C.), a mitologia grega, a exemplo da egípcia, era transmitida por cultura de palavras, ou seja, eram contos fantásticos. Pois, quando aproveitando-se de algum fenômeno natural ou coisa do gênero, um trovador (antiga profissão de “cantadores” de histórias) atribuía algum feito a algum deus e esta tradição oral era transmitida de pai para filho. Ao escrever sobre isto, provavelmente reunindo fatos por ele mesmo inventados, elementos históricos (como a guerra de Troia), a tradição oral popular e suas crenças; Homero ajudou e muito a moldar a religião e a sociedade gregas.

Mas, ao contrário dos gregos, os egípcios não tiveram a mesma sorte, não tiveram esse divisor de águas para organizar sua religião. Talvez um pouco pelo fato de que eram poucos os “letrados” no império egípcio, ou talvez porque era imensamente mais difícil escrever com hieróglifos do que com as letras gregas. O fato é que nunca saberemos o porquê de não haver grandes manifestações artísticas literárias por parte dos egípcios, este foi um fator fundamental na mitologia grega e que certamente deveria ter sido utilizado pelos egípcios (opinião própria).

Agora, o que pudemos concluir a respeito da mitologia egípcia nessas quartas-feiras:

Primeiramente, o óbvio: a grande confusão formada pelos egípcios em suas lendas. Por vezes não há um acordo, uma concordância entre duas lendas distintas. Por exemplo, Rá é primeiramente apresentado como ser supremo, mas com a evolução da mitologia tornou-se apenas uma existência confusa sendo considerado “um aspecto” de Hórus. No entanto, em outras lendas é apresentado como detentor de todo o conhecimento e por vezes, como o grande salvador ou destruidor da humanidade. Osíris é outro caso, quando relata-se por exemplo que ele seria o rei dos deuses egípcios, a exemplo do grego, Zeus. Até ser rebaixado por outras incríveis confusões.

Resta-nos, sobre a mitologia egípcia, uma grande confusão. Mas também uma mitologia que, assim como todas as outras, segue a linha cultural de sua nação, classificando-se deste modo com uma expressão da identidade do Império Egípcio (em sua época de glória, provavelmente fora o maior da Terra toda). Isso poderia classificar o Império Egípcio como uma grande confusão? E a resposta é: depende. Mas não vamos entrar nesse assunto porque não devemos falar de história e sim de lendas.

Outra coisa muito notável na cultura e religião egípcia é a preocupação especial com a família, com a mulher e com o parto. São incontáveis as divindades que protegem a criança na hora do parto, durante seu crescimento e adolescência, e jamais (ou é o que os relatos me dizem) levam em conta a classe social ou bens familiares, sempre protegendo a todos os bebês. Nota-se também um certo equilíbrio entre os deuses bons e os deuses maus, de forma que sempre existiam deuses em oposição uns aos outros, mas ainda assim todos eram muitíssimo cultuados. Também é provável que um ou outro faraó ou grande sacerdote de alguma cidade importante buscasse justificar seus atos e suas decisões baseados em “agradar” esse ou aquele deus.

Após toda essa tagarelice eu vou apresentar a vocês um pequeno trecho de Edgar Allan Poe: Pequena conversa com uma múmia.
- Eu pensava. - disse o Sr. Gliddon, com timidez que o Escaravelho era um dos deuses egípcios.
- Um dos egípcios quê? - perguntou a Múmia, dando um salto.

- Deuses! - repetiu o viajante.
- Sr. Gliddon, estou realmente atônito por ouvi-lo falar neste estilo - disse o Conde, tornando a sentar-se. Nenhuma nação, sobre a face da terra, jamais conheceu senão um único Deus. O Escaravelho, o íbis, etc., eram entre nós (o que outros seres têm sido para outras nações) os símbolos, ou intermediários, através dos quais prestávamos culto ao Criador, demasiado augusto para que dele nos aproximássemos de mais perto.

Essa é uma pequena citação, você pode ler o resto aqui

Pra resumir sobre a história (pra quem não quer ler), Edgar Allan Poe narra um "possível" fato de que um grupo de professores ingleses conseguiu reviver uma múmia (o Conde), que na verdade nunca esteve morta. Após isto tiveram uma conversa muito interessante com a múmia e esta foi revelando fatos sobre a cultura egípcia que até então eram desconhecidos, como a lenda da criação do mundo. Quando um dos doutores pergunta à múmia sobre a lenda da criação do mundo, eis a resposta da múmia:
- As ideias que o senhor me apresentou são, confesso, extremamente novas, para mim. No meu tempo, não conheci ninguém que sustentasse fantasia tão singular, como essa de que o universo (ou este mundo, se gostar mais) tivesse uma vez um começo. Lembro-me de que uma vez, uma vez apenas, ouvi algo de remotamente vago, de um homem de muito saber, a respeito da origem da raça humana, e esse homem empregava essa mesma palavra Adão (ou Terra Vermelha), de que o senhor fez uso. Empregava-a, porém, em sentido genérico, com referência à germinação espontânea do limo da terra (da mesma maneira por que são geradas milhares de criaturas dos mais baixos gêneros), a geração espontânea digo eu, de cinco vastas hordas de homens, simultaneamente brotada em cinco distintas e quase iguais divisões do globo.

 Eu, como já dito anteriormente, sou um católico conservador, no entanto, simplesmente amei esta visão apresentada por Edgar Allan Poe. Talvez pelo fato de mostrar uma visão diferente da habitual, uma visão que é bem crível, no entanto. Deste modo, termino meu resumo sobre a religião egípcia, apesar de não achar que foi bem o resumo sobre esta religião. Antes de partir, deixo-vos uma Dica para se aprender mais sobre a mitologia egípcia:

Leia a Bíblia, mesmo que você seja um ateu poderá aprender muito sobre a religião egípcia nela. Principalmente nas histórias de José e Moisés, que você encontrará nos livros de Gênesis e do Êxodo. Apesar disso ser em parte brincadeira de uma pessoa religiosa.

Este post em especial é por mim dedicado à quem quer tirar dúvidas sobre a religião do Egito, dúvidas essas que eu pessoalmente adoraria sanar. É isso minha gente, uma mitologia confusa como nenhuma outra, no entanto, fascinante como as demais. Esta é a mitologia egípcia, que para sempre estará presente no nosso imaginário, de uma forma ou de outra.

Ultimamente ando cativando a ideia de escrever uma história real baseada em mitologia, na verdade, bem uma história de mitologia "moderna", um pouco à Percy Jackson, mas ao mesmo tempo sem nexo nenhum com a história. Espero contar com o apoio de vocês caso um dia saia, até o próximo post. E desejem boa sorte para mim no próximo resumo sobre lendas, e também, rezem por mim, preciso de todos os corações que forem possíveis para alimentar o meu próprio. Obrigado, e um bom dia, boa tarde/noite à todos vocês, meus(minhas) amados(as).


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