segunda-feira, 11 de novembro de 2013

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Resenha: Desventuras em Série - Mau Começo

Num dia de insônia qualquer, olhei minha estante repleta de livros que nunca sequer li e me interessei por um pequenino que estava escondido láaaa no canto mais obscuro da mesma: Desventuras em Série. Não me chamava muita atenção à princípio, eu só tinha comprado porque o filme era legalzinho, afinal... Mas como eu não conseguia dormir e não tinha nada pra fazer, resolvi ler.
Olha, não me arrependo. Demorei no máximo do máximo 3 horas para lê-lo. Foi uma leitura muito gostosa, rápida, divertida... O modo com o qual o narrador trata as situações desprezíveis e depressivas dos personagens é irônico e engraçado, nem dá pra perceber o quão horrendo é o estado psicológico deles (tipo, perder os pais e a casa subitamente, morar na casa de um velho nojento que eles nunca tinham ouvido falar, fazer serviços domésticos e serem humilhados por ele, além das ameaças de morte, né).

Esse livro não serve apenas como um simples conto de ficção, serve para você pensar na sua vida também. Todos nós temos nossos problemas e nossas desgraças. O Olaf representa essas desgraças. E aquelas manias estranhas dos meninos? A de Violet, amarrar os cabelos para criar bugigangas; o amor de Klaus pelos livros; Sunny e seus ferozes dentes. Representam as formas que nós usamos para escapar da realidade e nos sentirmos um pouco melhor. A juíza Strauss representa aquela luz no fim do túnel, um alívio. E o Poe representa as complicações para alcançar essa luz - vejam como ele é chato ao não deixar as crianças serem adotadas pela juíza dane-se o testamento. Foi tudo elaborado de uma maneira tão simples mas com um significado tão grande para mim.
A história não é sobre três crianças, é sobre nós mesmos.
Lemony colocou toda sua depressão nesse livro, o que fez com que nós ficássemos cada vez mais próximos a ele, porque todo mundo tem o seu lado poeta depressivo. Não sei quem é Beatrice, o que ela significava para Lemony ou o que aconteceu com ela, mas já dá pra perceber isso na dedicatória que ele fez à ela: "Querida, adorada, morta". Eu li isso e fiquei em choque por um momento, as pessoas sempre fazem dedicatórias fofas e longas, ele foi direto e reto no ponto mais fraco de todo mundo, a morte. Viado.

Enfim, não posso falar mais tanta coisa porque ainda não li os 12 livros restantes da série, mas com certeza absoluta irei ler (também vou virar fangirl do Klaus e semi-pedófila, mas quem liga). Recomendo muuuuuuuuuuito. Também recomendo assistir o filme, é de certa forma cômico por causa do Jim Carrey mas macabro por causa das cores e da melancolia presente em todas as cenas, mas é bem interessante.

Percebam que nesse post eu banquei a cult porque não coloquei nenhuma imagem (e nenhuma carinha!!!!) e fiquei falando de simbolismo nonsense que só existe na minha cabeça e que ninguém vai entender. Continuo me amando.
Adeuzinho <3333

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