quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

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Lendas: Tengu

Salve povo lindo.
Mallow na area deixando um post bem curioso de lendas, falarei dos Tengu, seres do belissimo folclore asiático (mais especifico, do Japão). Boa Leitura.

Tengu

São criaturas do folclore japonês, cujas lendas possuem traços tanto da religião Budista quanto a Xintoísta. Habitam florestas e montanhas. O traço físico mais marcante dos Tengu são seus longos narizes. A maioria deles também possui barba. Alguns Tengus têm cabeças de pássaro, estes eram tidos como grandes lutadores de artes marciais.

A palavra "tengu" é originária do chinês "tien-kou", que significa "cão celestial". Desde que lhe foram atribuídas características fantásticas, a partir da influência da mitologia chinesa (600 a 700 d.C.), os tengu povoam os mitos e a imaginação dos japoneses.

Acreditava-se que possuíam vários poderes sobrenaturais, entre eles a capacidade de mudar de forma, Ventriloquismo, teleporte e a habilidade singular de penetrar no sonho dos mortais. O Tengu é um guerreiro habilidoso, mas sua principal diversão é causar desordem.
  Eles gostam de pregar peças em sacerdotes budistas que incorrem no pecado do orgulho, as autoridades que usam seu poder ou sabedoria para adquirir fama e os samurais que se tornavam arrogantes. Algumas fontes consideram que pessoas que apresentavam esse tipo de mau comportamento é que se tornavam Tengus ao reencarnar.

  Entretanto, dentro do O-Chikara, a interpretação é outra. Tengus são energias da natureza que, quando personificadas em ações dinâmicas, apresentam características específicas com diversos aspectos dentro da sua freqüência energética. O estudo dessas energias é profundo, complexo e desconhecido por 99,9% das pessoas. É, portanto, um estudo esotérico (segundo o Aurélio, 'esotérico' é o ensinamento reservado a discípulos completamente instruídos, ou a um círculo restrito e fechado de ouvintes). O senso comum, em contrapartida, prefere mistificar o conceito de tengus, classificando-o meramente como "demônio das montanhas".

  Essas personificações arquetípicas originaram uma série de interpretações e descrições a respeito dos Tengus que, não raro, são retratados como goblins, monstros ou criaturas mágicas. No Japão, ao invés do bicho-papão, são contadas às crianças estórias de tengu que as perseguiriam. Estão presentes em várias manifestações culturais, como esculturas, máscaras, estórias infantis, lendas e, mais recentemente, nos mangás.

  Em 1729, Shissai Chozan escreveu o Tengu-Geijutsu Ron, em que o narrador recebe ensinamentos sobre a arte da

espada diretamente de tengu. No Brasil, esta obra foi publicada como O Zen na Arte de Conduzir a Espada, de Reinhard Kammer, pela Editora Pensamento.

  Historicamente, o grande guerreiro do século XII, Minamoto-no Yoshitsune, era conhecido por ter um tengu como professor que o instruía nas artes marciais e táticas militares. Tais lições possibilitaram o afamado senhor da guerra a vencer seus inimigos. Na verdade, atribui-se a Karassu Tengu o ensinamento da arte da espada aos samurais.

  O poder e a sabedoria de tengu eram temidos pelos japoneses que, quando tinham de atravessar florestas e montanhas, faziam-lhe oferendas de arroz e manju (doce de feijão), pedindo sua proteção. Mokiti Okada, conhecido como Meishu-sama, fundador da Igreja Messiânica, afirma ele próprio ter um Karassu Tengu em seu Alicerce do Paraíso - volume 3.

  O povo Shizen, composto pelos rebeldes que habitavam as aldeias no norte do Japão, tinha uma especial ligação com Tengu. Essas aldeias se localizavam nas florestas de Hokkaido (antigo Eso), e o povo da floresta, como eram chamados os Shizen, cultuava os tengus, recebendo proteção e instrução deles.
Tenguseram desenhados de duas formas diferentes:
    • Karasu tengu: possui o corpo humanóide, mas uma cabeça de corvo. Muito visto em histórias e pinturas.
    • Konoha tengu: possui feições humanas, mas dotados de asas e longos narizes. Os konoha tengu eram representados às vezes carregando uma pena. Máscaras representando seus rostos eram muito usadas em festivais.

      Ainda durante o período Edo, os Tengus eram o tema de várias pinturas no estilo uliyo-e nas quais seus longos narizes recebiam uma conotação ora cômica, ora sexual. O papel dos tengus foi mudando drasticamente ao longo do tempo. Em algumas épocas, eram tidos como ladrões de crianças, enquanto no Período Edo, orava-se aos Tengus para que ajudassem a encontrar crianças perdidas. Foram considerados também guardiões de templos.


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