quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

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Lendas: Fenícios no Brasil

Olá gente, hoje falarei sobre lendas. E vou falar sobre uma lenda muito corrida e debatida entre os historiadores, que é sobre o fenícios terem chegado ao Brasil antes de Cristo e até sobre terem deixado inscrições em pedra. Mas primeiro, vou falar um pouco de história e sobre quem eram os fenícios.
Bom, se alguém se lembra das aulas de história vai saber que os fenícios foram um povo que se desenvolveu na região norte da antiga Canaã, tendo cidades na faixa litorânea dos atuais Líbano, Síria e norte de Israel. Os fenícios eram um povo extremamente comercial, os primeiros a desenvolverem um alfabeto, que foi copiado pelos gregos e assim chegou ao latim do qual deriva o português. A
invenção do alfabeto se deu por motivos comercias, já que antes do alfabeto a escrita era feita por forma de desenhos, o que sem dúvida atrapalhava o comércio. Os fenícios eram organizados em cidades-estados e nunca chegaram a formar um país ou reino, mas ainda assim já dominaram o comércio do mediterrâneo.

Agora que já expliquei rapidamente sobre quem eram os fenícios vou falar sobre a teoria em si. Ela é conhecida como “Teoria da presença de fenícios no Brasil” ou simplesmente “Fenícios no Brasil”. A teoria é proposta por vários historiadores que acreditam que o Brasil foi visitado por fenícios na Antiguidade (dá pra estimar que aconteceu entre os anos 1000 a.C e 300 a.C), baseados em artefatos e inscrições que foram encontradas.  Além desse testemunho material, várias semelhanças entre a linguagem e a cultura indígena brasileira e a antiga linguagem e cultura semita são apontadas como evidência.

Esta é a Pedra da Gávea, no Rio de
Janeiro. Supostamente isso por
cima da pedra é uma esfinge.
Alguns também acreditam que
escritos fenícios foram deixados
na pedra. Outros afirmam que é apenas
erosão natural.
As hipóteses mais antigas de que o continente americano poderia ter sido povoado por fenícios foi proposta por Robertus Comtaeus Nortmannus em 1644 e por Georg Horn em 1652.
Schwennhagen, em sua obra sobre a história antiga do Brasil, em que expõe uma teoria da presença de fenícios no território do atual, cita o trabalho de Onfroy de Thoron (Gênova, 1869), que trata de viagens das frotas do rei Hirão de Tiro, da Fenícia, e do rei Salomão, da Judeia, no rio Amazonas, nos anos de 993 a.C. a 960 a.C.. Em apoio a essas ideias, Schwennhagen apresenta letreiros e inscrições como evidências, afirmando serem em maior parte escritos com letras do alfabeto fenício e da escrita demótica do Egito, observando encontrarem-se também inscrições com letras da escrita suméria, antiga escrita babilônica, e letras gregas e mesmo latinas
.
Schwennhagen cita Diodoro Sículo, História Universal, Livro 5º, Cap.s 19 e 20 como exemplo de relato da primeira viagem de uma frota de fenícios a ter atravessado o Atlântico e chegado às costas do Nordeste do Brasil. Argumenta que, para esse fim, os navegadores fenícios teriam recorrido às correntes marítimas, propícias para a travessia.

Schwennhagen afirma que a língua tupi pertence à grande família das línguas pelasgas, sendo um ramo da língua suméria. Em seu trabalho refere que as sete tribos da nação tupi residiam em um país chamado Caraíba, um grande pedaço de terra firme localizado onde hoje fica o mar das Caraíbas, onde se tinham refugiado da desmoronada Atlântida (na primeira vez que se lê pode parecer que o cara talvez tenha usado dorgas, mas se você pensar sobre o assunto pode quase parecer convincente, apesar de ninguém até hoje ter provado que Atlântida foi real, tampouco alguém provou que não existiu). Chamaram-se "Caris" e eram ligados aos povos cários, da Cária, no Mediterrâneo. Em apoio a este conceito cita a História do Brasil de Francisco Adolfo de Varnhagen, para confirmar a tradição de uma migração dos Caris-Tupis de Caraíba para o norte do continente sul-americano, tradição que sobrevive ou sobrevivia ainda entre o povo indígena da Venezuela. Cita também o padre António Vieira, que afirma que os tupinambás e tabajaras contaram-lhe que os povos tupis migraram para o Norte do Brasil pelo mar, vindos de um país não mais existente.
Escritos da Pedra da Gávea, que seria o túmulo do rei
Badezir, que aparentemente foi expulso da cidade de
Tiro. Não é difícil, portanto, imaginar Badezir virar
Brasil.
O país Caraíba teria desaparecido progressivamente, afundando no mar, e os tupis salvaram-se rumando para o continente. Os tabajaras diziam-se o povo mais antigo do Brasil, e se chamavam por isso "tupi-nambás", "homens da legítima raça tupi", pagando o desprezo de parte dos outros tupis, com o insulto "tupiniquim" e "tupinambarana", tupis de segunda classe. Sempre se conservou a tradição de que os tupis tinham sete tribos, segundo o autor. Diferencia também o povo tapuia do povo tupi, dizendo serem os tapuias verdadeiros indígenas brasileiros.

De acordo com Schwennhagen, o continente americano é a lendária ilha das Sete Cidades. Diz o autor que tupi significa "filho ou crente de Tupã". A religião tupi teria aparecido no Norte do Brasil cerca de 1050 a 1000 a.C., juntamente com os fenícios, propagada por sacerdotes cários, da ordem dos piagas. Os piagas (de onde deriva pajés) fundaram no Norte do Brasil um centro nacional dos povos tupis, denominando Piaguia a esse lugar, de onde formou-se o nome Piauí. Esse lugar era as Sete Cidades (hoje Parque Nacional de Sete Cidades). A Gruta de Ubajara teria sido fruto de escavações para retirada de salitre, produto comercializado pelos fenícios. A cidade de Tutóia no Maranhão teria sido fundada por navegadores fenícios e por emigrantes da Ásia Menor que chegavam em navios fenícios, que escolheram o local para construir uma praça forte, de onde dominariam a foz do rio Parnaíba.

Em 13 de Setembro de 1872 foi encontrado em Pouso Alto, às margens do Parnaíba aquilo que foi apontado como sendo escrita fenícia. Naturalmente os debates ocorreram, e ainda ocorrem, quando se refere à sua autenticidade, uma vez que não foram poucas as tentativas de fraude ao longo da história. Contudo, em 1960, certo especialista americano, respeitado em línguas mediterrâneas, reconheceu sua autenticidade e traduziu:

Somos filhos de Canaã, de Sidon, a cidade do rei. O comércio nos trouxe a esta distante praia, uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados no ano de 19 de Hirão, nosso poderoso rei. Embarcamos em Ezion-Geber, no mar Vermelho, e viajamos com 10 navios. Permanecemos no mar juntos por dois anos, em volta da terra pertencente a Ham (África), mas fomos separados por uma tempestade, nos afastamos de nossos companheiros e, assim, aportamos aqui, 12 homens e 3 mulheres. Numa nova praia que eu, o almirante, controlo. Mas auspiciosamente passam os exaltados deuses e deusas intercederem em nosso favor.

Cyruso H. Gordon, que traduziu a citação acima, era de opinião que por serem encontrados elementos da linguagem fenícia que eram desconhecidos no século XIX (época da descoberta do texto).

No Livro “Before Columbus”, o professor Cyro H. Gordon, que publicou também a primeira gramática da língua ugarítica, afirmou que a origem do nome Brasil é fenícia, de acordo com seus estudos “BRZL” em ugarítico e outras línguas semíticas, significa ferro. Diversos dicionários também se referem a Brasil como mineral monométrico, sulfeto de ferro, piritas de ferro, tipo de ferro de cor amarela e brilhante, entre outras denominações do gênero. Ele afirmou também, que expressão inglesa “hard as Brazil” (tão duro como Brasil), refere-se mais à dureza do ferro, do que a do pau-brasil.

Gordon não parou por aí, ele complementou suas explicações dizendo que no antigo folclore irlandês, existem referencias sobre a “Hy Brasil” (Ilha do Brasil) no Atlântico, além da Irlanda, e que este nome é fenício (Î BRZL – Ilha do Ferro), e que as lendas ainda mencionam o desaparecimento no fundo do mar das ilhas Hy Brasil, e Atlântida, um traço típico dos fenícios que mantinham a política de manter sobre segredo absoluto sobre suas fontes de riquezas, evitando a concorrência e garantindo o domínio do mercado. Gordon disse que até durante o tempo de Colombo, os exploradores europeus do Novo Mundo, procuravam pela Ilha do Brasil.

Se a referida Ilha do Brasil fez parte da atual Brasil, não se tem certeza, porém, nenhum outro lugar do mundo, merecia esse nome mais do que o Brasil, onde um dos seus principais recursos naturais continua sendo o ferro, onde o estado de Minas Gerais detêm 25% das reservas de ferro do país.
As navegações marítimas dos fenícios, não visavam apenas o comércio, mas também a coleta de recursos minerais necessários para as tecnologias internacionais.
Gordon ainda fez um comparativo interessante sobre os nomes de certos lugares na antiguidade, e como exemplo, citou que na Idade do Bronze, três áreas tinham nomes associados ao metal pelo qual era famoso:

- Núbia (nbw em egípcio) = rica em ouro.

- Hatus, capital do império hitita (prata em ugarítico)= rica em prata.

- Cyprus, ou Chipre em português (kypros em grego) = rica em cobre.

- Ilhas Britânicas (eram chamadas de Tin Isles ou ilhas do estanho) = rica em estanho.

- Barzel (ferro na maioria das línguas semíticas, inclusive árabe e hebraico) = rica em ferro.

Não se esquecendo de que a expansão dos fenícios, coincidiu com a passagem da era do bronze para a era do ferro, o que levou o professor a supor que deveria ter existido uma terra “rica em brazil” em algum lugar do Atlântico, talvez incluindo uma parte do Brasil de hoje, assim, como na época do bronze, existiram lugares chamados “ouro”, “prata”, “cobre” e “estanho”...

Muitos outros locais no Brasil são apontados como túmulos de fenícios importantantes, outros tem escritas, e na costa do Rio de Janeiro, perto da Pedra da Gávea, três vasos fenícios foram encontrados. Um deles ficou com o mergulhador que os encontrou, e os outros dois estão coma  Marinha em algum lugar desconhecido.

Bem, é isso pessoal, o que acharam? Os fenícios realmente estiveram na nossa terra dos brazilis há milhares de anos atrás? Tudo é possível não é mesmo? Eu diria que é uma pena não terem ficado. Até o próximo post, mis amigos.

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